Aço inoxidável sinônimo de resistência e corrosão, mas fique atento na hora da compra ou especificação para não comprometer sua aplicação e nem comprar gato por lebre!

Os aços inoxidáveis, como se sabe, são mais resistentes e duráveis e são a opção de primeira linha contra a corrosão. São compostos basicamente por ferro, cromo e níquel – este elemento classifica o material para a família 3XX ou série 300. Já na família 2XX ou série 200 o manganês substitui parcial ou quase totalmente o níquel, além de ter menores teores de cromo, substituição esta que tem reflexo representativo na resistência à corrosão, visando apenas redução drástica de custo.

Outro ponto importante é que Infelizmente boa parte do que tem chegado no mercado com nomenclatura “inox Série 200” não segue nenhuma norma nacional ou internacional tendo em vista o baixo valor de níquel (Ni ~1%), valor este não encontrado em nenhuma norma para os aços da série 200, sendo recomposto com altos teores de manganês (Mn), nitrogênio (N) e cobre (Cu).

Tabela 1 – Valores de Composição Química e PREN para os aços inoxidáveis 304 e 201

Através dos diversos resultados dos ensaios de corrosão realizados com apoio do IPT conseguimos comparar estes aços 304 x “Série 200”, onde visualizamos a superioridade do primeiro e fragilidade do último que chega hoje como “Série 200” no mercado e necessita de uma atenção especial no quesito resistência à corrosão (durabilidade) e atendimento às normas nacionais e internacionais que regem o aço inoxidável.

Figura 1 – Aspecto dos corpos de prova dos aços 304 2B e NR4 x 201 2B e NR4, ensaiados após 30 dias de exposição em névoa salina

O 410 também é um exemplo de um produto parecido com aquele que substitui, o 430, mas não igual, pelo seus menores teores de cromo. O aço inox 410 é um aço de entrada com percentual baixo de cromo sendo muito utilizado em aplicações onde resistência ao desgaste é fundamental como setores de mineração e sucroalcooleiro, não sendo premissa o apelo estético, porém tem-se visto este aço de entrada em aplicações como talheres, utilidades domésticas, pias e cubas e revestimentos em geral, onde pode-se tornar crítico pois a resistência à corrosão não é suficiente para evitar manchas superficiais e oxidação/ corrosão, não sendo indicado devido risco na aplicação.

Os aços da família 2XX possuem também preços menores e performance inferior aos aços 3XX. O mesmo pode-se dizer do 410 em relação ao 430. Ou seja, duram bem menos e têm menor resistência à corrosão. Portanto, é gato se passando por lebre no mercado.

O PREN (Número equivalente de resistência ao pite) é um cálculo teórico baseado na composição química do material, e está diretamente ligado à susceptibilidade de corrosão por pite no material. Naturalmente podemos ver a superioridade do 430 quanto a este parâmetro, devido ao maior valor de %Cr.

Tabela 2 – Valores de Composição Química e PREN para os aços inoxidáveis 430 e 410

Pode-se verificar que o aço 410 é muito inferior ao aço 430 neste ensaio. Isto devido à diferença de cromo em sua composição química, sendo este, o principal elemento na proteção contra corrosão. Vale ressaltar que na primeira semana de ensaio já foram evidenciados os pontos de corrosão no aço 410, também podendo ser observado no ensaio acelerado de Salt spray.

Figura 2 – Aspecto dos corpos de prova dos aços 430 2B x 410 2B, ensaiados após 30 dias de exposição em névoa salina

Pode-se verificar que o aço 410 é muito inferior ao aço 430 neste ensaio. Isto devido à diferença de cromo em sua composição química, sendo este, o principal elemento na proteção contra corrosão. Vale ressaltar que na primeira semana de ensaio já foram evidenciados os pontos de corrosão no aço 410, também podendo ser observado no ensaio acelerado de Salt spray.

A eventual escolha do tipo e característica do aço inoxidável para a fabricação/ aplicação é de exclusiva responsabilidade e deliberação do cliente, fabricante e/ou destinatário final dos bens que serão fabricados