Comparativo Inox 430 x Inox 410

Cuidados do 410 em talheres

Com intuito de comparar a resistência à corrosão de várias ligas de aços inoxidáveis, a Aperam em parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) realizou diversos ensaios que foram apresentados em folders técnicos.

Figura 01 - Talher 410 superfície oxidada (ensaio Salt Spray) e efeito da superfície oxidada na facilidade de limpeza.

*Obs: Imagem à esquerda mostra talher de 410 com 16 dias de Salt Spray totalmente oxidado e a imagem à direita superior/ inferior mostra a capacidade de limpeza em relação à retenção bacteriana em materiais de pias domésticas (Conforme estudo revista NiDI (Cleanability in relation to bacterial retention on unused and abraded domestic sink materials).

O estudo do IPT sobre a adequação do uso do aço AISI 410 para aplicações em cozinhas industriais, talheres, mesas de fogão e utensílios domésticos traz um outro agravante para o uso de 410: o aumento rugosidade superficial promovido pela corrosão. Esse aumento da rugosidade de um lado dificulta a repassivação e, de outro lado, favorece a aderência e crescimento de bactérias, representando riscos à saúde, especialmente em cozinhas industriais onde alimentos são preparados em larga escala. A probabilidade de contaminação com bactérias em superfícies como mesas e pias e em utensílios em geral em uma cozinha é alta, pois há manuseio de alimentos, inclusive alimentos estragados. A aderência destas bactérias em superfícies rugosas é muito maior do que em superfícies lisas, sendo inclusive isto uma das razões do intenso uso de pias de aço inoxidável tanto em cozinhas domésticas como industriais. Segundo Holah e Thorpe (1990), a irregularidade de uma superfície favorece a aderência de bactérias devido à maior interface de contato bactéria/material e pites e frestas são locais de fácil acesso para bactérias. Além disso, os autores afirmam que superfícies menos rugosas, além de reterem menor quantidade de bactérias, são de fácil higienização.

É sabido que os aços inoxidáveis são dificilmente danificados por abrasão devido à sua alta resistência mecânica, de modo que a abrasão superficial durante o uso normal em cozinhas dificilmente causaria um aumento significativo da rugosidade superficial dos aços inoxidáveis a ponto de aumentar significativamente a retenção de bactérias (HOLAH; THORPE, 1990). No entanto, o uso de aços inoxidáveis menos resistentes à corrosão pode levar a um aumento da rugosidade significativa decorrente tanto da corrosão generalizada como localizada, reforçando a tese do Estudo da revista NIDI (Cleanability in relation to bacterial retention on unused and abraded domestic sink materials). Esse último tipo de corrosão é especialmente prejudicial, pois além de reter bactérias, esses são locais difíceis de serem higienizados.

Figura 02 - Superfície de inox sem oxidação na superfície antes e após limpeza.

*Obs: Imagem acima mostra a capacidade de limpeza em relação à retenção bacteriana em materiais de pias domésticas de inox sem oxidação conforme estudo revista NiDI. (Cleanability in relation to bacterial retention on unused and abraded domestic sink materials).

Conforme aferiu o IPT através dos ensaios de corrosão e parecer técnico, o aço inox 410 é contraindicado em meios representativos de aplicações em cozinhas industriais, utensílios domésticos, talheres, mesas de fogões e revestimentos em geral, pois além da baixa performance de resistência à corrosão em todos ensaios realizados (produtos de limpeza e alimentícios) realizados no IPT, apresenta um grande agravante: a corrosão aumenta a rugosidade superficial dos aços inoxidáveis. Esse aumento da rugosidade de um lado dificulta a repassivação e, de outro lado, favorece a aderência e crescimento de bactérias, representando riscos à saúde.

A eventual escolha do tipo e característica do aço inoxidável para a fabricação/ aplicação é de exclusiva responsabilidade e deliberação do cliente, fabricante e/ou destinatário final dos bens que serão fabricados